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O cabelo de Lelê: a narrativa que já virou peça teatral e música

Por: Shisleny Gomes
Escritora e Jornalista Valéria Belém
Foto: Lucas Mendonça

“Vai a vida, vai ao vento, brinca e solta o sentimento”. Essa é uma das frases mais impactantes do livro “O cabelo de Lelê”, escrito pela jornalista Valéria Belém e ilustrada por Adriana Mendonça. A história surgiu a partir de uma conversa da autora com Adriana, cuja a sobrinha ficou envergonhada em encontrar a tia devido o cabelo estar solto. Para Valéria a riqueza do cabelo de Lelê é histórica, pois conta a vida de uma menina, mas trata de uma situação vivida por inúmeras crianças. “A história familiar sempre nos traz um motivo de orgulho porque é a história da vida da gente e o livro mostra isso”.

Outra frase do livro comovente diz “Lelê já sabe que em cada cachinho existe um pedaço de sua história. Que gira e roda no fuso da Terra, de tantos cabelos que são a memória”, De acordo com a escritora, todos os cabelos são memória, como os de Lelê. A obra já virou peça teatral e música, além de participar do Programa Nacional da Biblioteca na Escola (PNBE), sendo distribuídos em vários estados do País gratuitamente.

Em suas obras a escritora e jornalista Valeria Barros Belém, 50 anos, retrata temas profundos como bullyng, vida e morte, padrões de beleza entre outros. Ela acredita que as crianças são frágeis e precisam ser protegidas, por esse motivo, aborda temáticas complicadas, de maneira lúdica, para que possam ser debatidas em ambientes como casa e a  escola. O livro estimula a criança a se manifestar, opinar e discutir sobre os temas.  Confira a entrevista.

Como foi a produção do livro?

Foi um dos livros que me deu mais trabalho. As pranchas (ilustrações) já estavam prontas e tive que organizar. Mas eu queria fazer uma coisa com delicadeza. Conversei com algumas amigas do movimento negro e elas me orientaram melhor, ainda acrescentamos pranchas (ilustrações) na história. Uma coisa que retratamos no livro foi andar de bicicleta com o cabelo solto. Essa prancha (ilustrações) não tinha e minhas amigas do movimento negro me disseram que toda criança gosta de bicicleta e o vento faz com que os cabelos armem assim, muitas meninas não andavam no brinquedo por conta do cabelo. Por isso colocamos essa prancha e o texto diz “Vai a vida, vai ao vento, brinca e solta o sentimento”.

Como falar sobre esses temas com uma linguagem mais clara para criança?

Eu procurei temas que mais acontecem com a criança. Afinal, todos nós fomos crianças e sabíamos o que entristecia, alegrava, emocionava. Ter um olhar mais aprofundado pelo que está ao nosso redor é essencial. Uma vez numa oficina de poesia uma criança fez uma poesia sobre não gostar de tomar banho, eu fiquei encantada. Uma criança não falaria assim do nada. Numa poesia, ela fala.  A escrita tem a capacidade de jogar pra fora o que estamos sentido. Quando conseguimos verbalizar isso, sabemos lidar melhor com o que vivemos.

Com base no livro “Cabelo de Lelê” como a leitura pode representar a criança?

Quando escrevo um texto e ele é publicado, a partir daquele momento, ele é de quem lê. Cada pessoa vai fazer a interpretação na visão dela, de acordo com as experiências vividas. O que eu tenho certeza é que alguma coisa vai acontecer com a relação aquele texto. O que eu acho bacana na obra “O cabelo de Lelê” é que ele tem essa pegada de poder usar a imaginação e apropriar obra. A história já virou peça de teatral e música.

 

Livros da escritora Valéria Belém

Janela De Papel

Histórias De Meninas e Meninos

Um dia sem cor

O espelho de Lelê

O cabelo de Lelê

O livro dos bichos malucos

A Formiguinha medrosa

Histórias de Páscoa

Eu não sou coelho, não!

Histórias de bicho

Quem é linda?

A cidade enterrada

Tudo em cores

Feita de Pano

Menina-balão

Escritora e Jornalista Valéria Belém
Foto: Lucas Mendonça
Infância: o melhor momento para tomar gosto pela leitura
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