Capoeira: uma descoberta da valorização negra
Por: Shisleny Gomes
![]() Bióloga Lorena Lopes Foto: Ju Cordeiro | ![]() Foto: Ju Cordeiro |
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![]() Foto:Ju Cordeiro | ![]() Foto: Lorena Cordeiro/ Ju Cordeiro |
Berimbau, pandeiro, adufe, atabaque, caxixi e agogô. Tudo pronto para mais um dia de exaltação à cultura afrodescendente no Batucagê da Serrinha. Na programação, a capoeira é uma das principais atrações do evento, uma dança que conquistou muitas mulheres negras. Juliana Cordeiro, 32 anos, é fotografa e participa do Batucagê há 10 anos. Ela descobriu na capoeira a resistência e a identidade de mulher negra. “A capoeira me ajudou a ter voz, pensar sobre o racismo, me aceitar e valorizar”.
O mestre Goyano, 57 anos, comprova a afirmação de Juliana. “A mulher negra, quando descobre sua cultura, vai se empoderar, isso é importante porque ela se vê no lugar definido, temos muitas meninas aqui que se descobriram por causa da capoeira.” O objetivo também é de reunir pessoas que gostam e valorizam a cultura “É um espaço de resistência cultural, a função é não deixar a cultura morrer, aqui podemos ouvir e conhecer outras pessoas”, diz.
A capoeira é uma manifestação cultural afro-brasileira conhecida em todo o mundo. A prática é ao mesmo tempo luta, dança, esporte e arte. Em 2014 ela foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, uma grande conquista e prova de que a cultura resiste aos séculos.
A bióloga Lorena Lopes também faz parte do Batucagê há dois anos e encontrou na capoeira a contribuição para o resgate da cultura. Juliana afirma que já queria fazer parte de grupos para se sentir e conquistou seu objetivo com a capoeira. “A capoeira me fez reconhecer como mulher negra, aqui temos bastantes grupos de discurssões que envolvem a participação da mulher negra na sociedade.”
Veja uma das apresentações da capoeira realizada pelo Batucagê na Serrinha